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quarta-feira, 24 de novembro de 2010


Para Elmin,
(Dedicado a Eliana Mara, um exemplo de simplicidade e potência.)

Hoje resolvi escrever daqui de fora, está um entardecer gostoso, silencioso e fresco, posso ouvir o ruído do vento (sinto vontade de rir profundamente e só pra mim).
A muito tempo tenho pensado no que escrever para você, então me sentei aqui e com o caderno na mão vou rabiscando idéias, sentimentos, talvez as coisas mais fugazes. Estive num longo recolhimento, sinto-me como um vaso de cristal na beira da mesa.
Não sei como está, temo que tenha se rendido aos momentos mais solitários, aqueles em que se tranca no seu labirinto e ninguém mais pode alcançá-lo, você não gosta de ouvir vozes enquanto caminha.
Estou caminhando agora e o vento tem sido bondoso nos meus passos, acabam chegando até mim todos os tipos de suspiros do mundo e por um instante estou plenamente feliz.
Na verdade, acho que tudo isso se deve a esse entardecer.

Aqui,

Due.

sábado, 13 de novembro de 2010

A ti,

Hoje encontrei cabelos brancos espalhados pelo chão, será que devo me assustar?
Os meus sonhos vem turbulentos, o cheiro que em mim habita leva as marcas de um destino desventuroso.
Capsulada e informe, quero... tirar.
Enquanto caminhava pelas chuvas, senti todas as gotas e todos os ventos e de mentira esclareci ao meu coração que gritar seria se misturar a tempestade que estava vindo, então lembrei de ti, o ex que estranho não mais o é (entre as tormentas).
Outro dia nos meus cabelos suspirou o vento e como se brincasse na nuca me acariciou, queria me dizer da desventura de tuas meias palavras lançadas, no entanto eu queria a tua sobriedade carnívora.
Só lhe peço:
"Pega no meu pescoço, esquece a lepra, os horrores e os passos titubeantes, respira de um só fôlego todo o bálsamo que o meu sorriso pode te dar e depois esquece que um de nós ficou, um dia, e que me entregaste a tua morte e o teu fôlego."
Para mim não é suficiente as carreiras de milhas e milhas corridas ou os momentos derretidos, mas me conterei no pedaço em que sem razão nos perdemos ... e nos encontramos meninos, nos encontramos pequenos, nos encontramos boiando.
Enquanto olho as estrelas pergunto a que vida vou habitar, em que corpos transitar enquanto minha mente dispersa resvala no mundo e busca as mil histórias e a dimensão do paraíso.
Estou perdida, estou perdendo... os passos já me faltam e ele quer me escapar, chateado, mudo, enojado...
Será traído?

De mim,

Due.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Em algum lugar neste ano,

Para...

Onde está você?
Para onde fomos nós, naquele dia em que me levou pela mão?
Consigo sentir o cheiro da terra e algumas plantas batem no meu rosto enquanto sorriu, as lágrimas já secaram no meu sorriso.
Gostaria de perder mil horas antes que o nosso sonho acabasse, antes que me derramasse e as amarras trincassem. Porque pensar agora em amarras se as borboletas continuam a respirar resplandecentes?
Sinto aquele cheiro de vida e lembro do nosso primeiro toque, aquele olhar que me levou a tocar os lábios e perguntar se poderia sentir o tempo entre meus dedos e seu olhar... entre meus lábios e seu sorriso... entre o meu coração e a sua respiração.
Já deixei de professar os encantamentos, deixei de ler as fábulas perdidas, me encontro aqui um pouco encolhida, um pouco reticente, um além, só querendo ver o aglomerado de nuvens, que lembro, o seu sorriso me trouxe.
Não gostaria de pedir demais de mim, mas penso como queria sentir os teus cabelos entre as maõs e o seu suave pelo sobre a minha pele... sem murmúrios, só o gracioso silêncio.
Quando lembro que ao olhar para ti senti como se tudo tivesse um encaixe, sei hoje que isso é insano, mas aquele foi o momento em que senti tudo sem razão e o momento como plenamente agora.
Hoje ele está silencioso, dormindo nos pequenos lagos do pensamento, mesmo assim mandarei um beijo, que sei, quer mandar.
Agora só posso respirar fundo e continuar a escrever enquanto o tempo existe e minhas mãos ... ainda são minhas.

De mim.
Due.