BLOGGER TEMPLATES AND TWITTER BACKGROUNDS »

sábado, 18 de dezembro de 2010

Para vocês.

Vou por o link provisório, pois tenho um problema com o blog.
http://tangoscombaudelaire.blogspot.com/

quarta-feira, 24 de novembro de 2010


Para Elmin,
(Dedicado a Eliana Mara, um exemplo de simplicidade e potência.)

Hoje resolvi escrever daqui de fora, está um entardecer gostoso, silencioso e fresco, posso ouvir o ruído do vento (sinto vontade de rir profundamente e só pra mim).
A muito tempo tenho pensado no que escrever para você, então me sentei aqui e com o caderno na mão vou rabiscando idéias, sentimentos, talvez as coisas mais fugazes. Estive num longo recolhimento, sinto-me como um vaso de cristal na beira da mesa.
Não sei como está, temo que tenha se rendido aos momentos mais solitários, aqueles em que se tranca no seu labirinto e ninguém mais pode alcançá-lo, você não gosta de ouvir vozes enquanto caminha.
Estou caminhando agora e o vento tem sido bondoso nos meus passos, acabam chegando até mim todos os tipos de suspiros do mundo e por um instante estou plenamente feliz.
Na verdade, acho que tudo isso se deve a esse entardecer.

Aqui,

Due.

sábado, 13 de novembro de 2010

A ti,

Hoje encontrei cabelos brancos espalhados pelo chão, será que devo me assustar?
Os meus sonhos vem turbulentos, o cheiro que em mim habita leva as marcas de um destino desventuroso.
Capsulada e informe, quero... tirar.
Enquanto caminhava pelas chuvas, senti todas as gotas e todos os ventos e de mentira esclareci ao meu coração que gritar seria se misturar a tempestade que estava vindo, então lembrei de ti, o ex que estranho não mais o é (entre as tormentas).
Outro dia nos meus cabelos suspirou o vento e como se brincasse na nuca me acariciou, queria me dizer da desventura de tuas meias palavras lançadas, no entanto eu queria a tua sobriedade carnívora.
Só lhe peço:
"Pega no meu pescoço, esquece a lepra, os horrores e os passos titubeantes, respira de um só fôlego todo o bálsamo que o meu sorriso pode te dar e depois esquece que um de nós ficou, um dia, e que me entregaste a tua morte e o teu fôlego."
Para mim não é suficiente as carreiras de milhas e milhas corridas ou os momentos derretidos, mas me conterei no pedaço em que sem razão nos perdemos ... e nos encontramos meninos, nos encontramos pequenos, nos encontramos boiando.
Enquanto olho as estrelas pergunto a que vida vou habitar, em que corpos transitar enquanto minha mente dispersa resvala no mundo e busca as mil histórias e a dimensão do paraíso.
Estou perdida, estou perdendo... os passos já me faltam e ele quer me escapar, chateado, mudo, enojado...
Será traído?

De mim,

Due.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Em algum lugar neste ano,

Para...

Onde está você?
Para onde fomos nós, naquele dia em que me levou pela mão?
Consigo sentir o cheiro da terra e algumas plantas batem no meu rosto enquanto sorriu, as lágrimas já secaram no meu sorriso.
Gostaria de perder mil horas antes que o nosso sonho acabasse, antes que me derramasse e as amarras trincassem. Porque pensar agora em amarras se as borboletas continuam a respirar resplandecentes?
Sinto aquele cheiro de vida e lembro do nosso primeiro toque, aquele olhar que me levou a tocar os lábios e perguntar se poderia sentir o tempo entre meus dedos e seu olhar... entre meus lábios e seu sorriso... entre o meu coração e a sua respiração.
Já deixei de professar os encantamentos, deixei de ler as fábulas perdidas, me encontro aqui um pouco encolhida, um pouco reticente, um além, só querendo ver o aglomerado de nuvens, que lembro, o seu sorriso me trouxe.
Não gostaria de pedir demais de mim, mas penso como queria sentir os teus cabelos entre as maõs e o seu suave pelo sobre a minha pele... sem murmúrios, só o gracioso silêncio.
Quando lembro que ao olhar para ti senti como se tudo tivesse um encaixe, sei hoje que isso é insano, mas aquele foi o momento em que senti tudo sem razão e o momento como plenamente agora.
Hoje ele está silencioso, dormindo nos pequenos lagos do pensamento, mesmo assim mandarei um beijo, que sei, quer mandar.
Agora só posso respirar fundo e continuar a escrever enquanto o tempo existe e minhas mãos ... ainda são minhas.

De mim.
Due.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

A ti,

Escrevo a você que fala comigo de longe, num silêncio cego e bestial, aqui derramo meias palavras e deixo-as voar, espero que as possa encontrar.
Tenho em minha face o doce verter dos ventos, as flores nos meus cabelos se despetalam, já agonizadas, parece que me inquieto, numa espera do que creio não chegar. Não existe como parar esse grande monólito que marca em tic, o passo da água, gostaria de ser amiga dessas entidades incorpóreas, talvez assim não houvesse sina para mim.
Agora sorriu pensando, sem dúvida já me sinto seca, afogada nesse sabor de amêndoas, quero deixar ir, pois não tenho como aprisionar a esse pequeno , esse menino desdobrado, esse lado (do outro lado) que comigo está.
Posso olhar de onde estou, quase em êxtase, a amplidão carnívora do oceano, (gargalho) outra vez, ele bebe, deleitoso as gotas que em mim escorrem. Entre um gole e outro posso sentir quando fala: "Nós temos vivido muito e procuramos o que podemos amar e estimar."
Sôfrega, entre murmúrios confesso... quero, e entre suspiros , arisco, balbucio... fica.
Sinto uma latência interior... pois sei que algo em mim escorre e em qual amor?

Assim, indo para ti.

Due.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Ao meu querido,

Posso ouvir os passos que vem entrando no meu lugar. Ele sorri, hoje, e provavelmente amanhã também, isso tem se tornado nosso ritual, o momento do encontro. Hoje ele me balbucia que na floresta, em que meu pobre corpo trilha, soa como buzina uma velha lembrança...
São tantos que já se foram, são tantos os que ainda estão, e você e eu aqui, meu querido. Não mentirei dizendo que posso sentir os teus dedos correndo sobre minha pele ou que posso saber como seria quando me pegasse bravamente em seus braços e deixasse que os anos corressem a fio dentro de nós.
Em tantos momentos onde ele nos ofertou palavras e, as vezes, apoio para um pesar desbravado ou um bálsamo para as flores antes tão esmaecidas, queria poder dizer que somos (eu e ele ) os mais velhos amantes, porém aqui estamos você, eu e ele... e os outros.
Em meus olhos borbulha um matiz e descobrimos que em tudo que repugna uma jóia encontramos.
Olha pra mim querido, vê que estou , por obra deste sábio que age sem ser visto, na efervecência dos tempos e na calidez imutável de suas Helenas e me repita mais uma vez aquilo que nos une (seja a razão desmedida ou o amor mais cálido).

Sendo um dia sua,

Due.

sábado, 9 de outubro de 2010

Minha Querida,

Meu silêncio não foi proposital, apesar de também não ter sido mero acaso...
Vivo em um mundo onde as trevas são rotina. Nele, estou cercado de espectros que tem como ofício anular os meus sentidos.
Estou cego ao seu lindo semblante, surdo à sua doce voz e anósmico a seu suave perfume. Nínguem me percebe mesmo que os toque e as palavras articuladas pelos meus lábios não são ouvidas (nem entendidas).
No entanto, eles não me tiraram aquilo que me dá mais força: a razão. É ela quem me permite viver, por ela que ainda resisto, através dela que alimento meu desejo por ti.
Quisera acariciar sua face, afastar teus cabelos macios para trás de sua orelha e assim como um voraz devasso te possuir sem qualquer tipo de tabu.
Pudico?! Minha (suposta) casta já há muito tempo que dissipou-se junto com meus sonhos.
Hoje, minha amada, são só tormentos...
Para me livrar momentaneamente destes, me apego a pequenos prazeres, que habitam nosso espírito e o corpo viciam.

Talvez por meio dele você possa compreender bastante do que te relato.
Contudo, nossas correpondências ainda são aquilo que mais nos aproxima. Espero que apenas por enquanto.

Com amor,
Elmin

P.S.: J'ai aimé les fleurs que tu m'as envoyé!