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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Ao meu querido,

Posso ouvir os passos que vem entrando no meu lugar. Ele sorri, hoje, e provavelmente amanhã também, isso tem se tornado nosso ritual, o momento do encontro. Hoje ele me balbucia que na floresta, em que meu pobre corpo trilha, soa como buzina uma velha lembrança...
São tantos que já se foram, são tantos os que ainda estão, e você e eu aqui, meu querido. Não mentirei dizendo que posso sentir os teus dedos correndo sobre minha pele ou que posso saber como seria quando me pegasse bravamente em seus braços e deixasse que os anos corressem a fio dentro de nós.
Em tantos momentos onde ele nos ofertou palavras e, as vezes, apoio para um pesar desbravado ou um bálsamo para as flores antes tão esmaecidas, queria poder dizer que somos (eu e ele ) os mais velhos amantes, porém aqui estamos você, eu e ele... e os outros.
Em meus olhos borbulha um matiz e descobrimos que em tudo que repugna uma jóia encontramos.
Olha pra mim querido, vê que estou , por obra deste sábio que age sem ser visto, na efervecência dos tempos e na calidez imutável de suas Helenas e me repita mais uma vez aquilo que nos une (seja a razão desmedida ou o amor mais cálido).

Sendo um dia sua,

Due.

1 comentários:

ewé ifá disse...

Por um triz...

Por um triz não desdobrei cadências Due, por um triz a fratura que há entre os tamborins e as portas abandonadas das casas não me atordoaram... pergunto onde guardei meu trejeito de homem-caracol quando me aformoseio em tigre-intempestivo, ou será tigre-de-papel?,ou será pombo-com-escamas? Não sou adequado: meu lírico delira. Ao revés delle escrevo à beira de um infarto, cada palavra é o disparo de um revólver semiótico... e eu o tenho rente a boca, engatilhado... roçando a língua... elle molha a palavra nas trevas (o diabólico rs.) eu as segrego no esôfago: como um cão cego.
Se meu ar de amor é demasiado torpe, mastiga bem a língua Due, aprende antes a comê-la, digere-a, fazer das tripas oração é arte daqueles que sabem ser o amante-do-amante...

Do infante das pequenas mortes
Pietro